Por incrível que pareça,Terry Gillian é lembrado por ser um diretor extremamente azarado.Tempestades e ventanias costumam destruir seus cenários,seus protagonistas desistem da produção ou morrem misteriosamente.Tudo parece conspirar contra suas produções,as quais ele batalha para financiar e distribuir,pois todos em Hollywood sabem que ele e seus filmes não costumam chamar muito público.E se as platéias não ajudam,boa parte da crítica não abre os olhos para as suas obras.Gilliam é assim,deixado de lado por ser um criador ousado e inventivo,mas que ao mesmo tempo precisa de dinheiro e visibilidade para poder dar vida as suas criações.
A fantasia,o sonho,o surreal.Ele criou um gênero,mas ninguém ainda arriscou ser influenciado.Sempre quando se assiste a um filme seu,deve-se ter consciência de que qualquer traço de realidade vai ser extinto com o decorrer da trama.Na primeira cena,tudo parece fazer sentido,personagens e histórias parecem que irão seguir o curso habitual de qualquer outra película "normal".Mas aos poucos,Gilliam vai destruindo todas esses suposições,toda a realidade,colocando em cena suas explosões criativas,nostálgicas e surreais.
A fantasia,o sonho,o surreal.Ele criou um gênero,mas ninguém ainda arriscou ser influenciado.Sempre quando se assiste a um filme seu,deve-se ter consciência de que qualquer traço de realidade vai ser extinto com o decorrer da trama.Na primeira cena,tudo parece fazer sentido,personagens e histórias parecem que irão seguir o curso habitual de qualquer outra película "normal".Mas aos poucos,Gilliam vai destruindo todas esses suposições,toda a realidade,colocando em cena suas explosões criativas,nostálgicas e surreais.
THE ADVENTURES OS BARON MUNCHAUSEN
AS AVENTURAS DO BARÃO MUNCHAUSEN(1988)
dirigido por Terry Gilliam
escrito por Charles McKeown e Terry Gilliam
estrelado por John Neville,Eric Idle e Sarah Polley
AS AVENTURAS DO BARÃO MUNCHAUSEN(1988)
dirigido por Terry Gilliam
escrito por Charles McKeown e Terry Gilliam
estrelado por John Neville,Eric Idle e Sarah Polley
Baseado numa fábula infantil,O Barão de Munchausen é uma desafiadora afirmação de um gênero.Se tem uma palavra que possa representar todo o filme,essa palavra é loucura.Balões voadores de tecido,pianos de tortura humana,barões que voam em bolas de canhão... Porem,mais sem sentido do que o próprio filme é alguém querer ficar descrevendo e explicando tudo que acontece nele,e isso vale para praticamente tudo o que Gillian faz.
No início da trama ,tudo é tão coeso e previsível para os presunçosos.Estamos no século XVII,e a cidade de Londres está passando por uma terrível guerra.Uma decadente companhia de teatro encena a antiga fábula do Barão de Munchausen.Vivendo na miséria,os atores ainda correm o perigo de perder o teatro para o conselho fiscal.Num dia normal,no meio de uma das apresentações pitorescas do grupo,um estranho idoso interrompe o espetáculo,alegando ele ser o próprio Barão de Munchausen.Até aí,o filme repousa na confortável terra dos filmes coesos que não são dirigidos por Terry Gillian.Mas o misterioso velhinho resolve provar quem ele é,contando a platéia uma de suas aventuras.Pronto,a partir de agora o imaginário do diretor irá transportar o espectador para o mundo insano das fábulas de antigamente.
Munchausen constrói um balão gigante com as roupas de baixo de todas as mulheres da cidade,e voando nele vai recrutar seus antigos companheiros de batalha,para a grande missão de defender a cidade dos invasores.O mundo fantástico que Gillian elege como pano de fundo da obra é uma clara referência ao mundo do teatro do século XVII.Quando ao invés de filmes,as superproduções eram as peças com complexos cenários mecânicos.O diretor evoca os tempos em que participava como animador no seriado de T.V. "Monty Phyton and The Flying Circus",onde ele premiava o telespectador com vinhetas animadas compostas por recortes em stop-motion.Já era o começo da formação de um estilo,que ele deixa aflorar ao máximo em Barão de Munchausen.
nota:9,5
No início da trama ,tudo é tão coeso e previsível para os presunçosos.Estamos no século XVII,e a cidade de Londres está passando por uma terrível guerra.Uma decadente companhia de teatro encena a antiga fábula do Barão de Munchausen.Vivendo na miséria,os atores ainda correm o perigo de perder o teatro para o conselho fiscal.Num dia normal,no meio de uma das apresentações pitorescas do grupo,um estranho idoso interrompe o espetáculo,alegando ele ser o próprio Barão de Munchausen.Até aí,o filme repousa na confortável terra dos filmes coesos que não são dirigidos por Terry Gillian.Mas o misterioso velhinho resolve provar quem ele é,contando a platéia uma de suas aventuras.Pronto,a partir de agora o imaginário do diretor irá transportar o espectador para o mundo insano das fábulas de antigamente.
Munchausen constrói um balão gigante com as roupas de baixo de todas as mulheres da cidade,e voando nele vai recrutar seus antigos companheiros de batalha,para a grande missão de defender a cidade dos invasores.O mundo fantástico que Gillian elege como pano de fundo da obra é uma clara referência ao mundo do teatro do século XVII.Quando ao invés de filmes,as superproduções eram as peças com complexos cenários mecânicos.O diretor evoca os tempos em que participava como animador no seriado de T.V. "Monty Phyton and The Flying Circus",onde ele premiava o telespectador com vinhetas animadas compostas por recortes em stop-motion.Já era o começo da formação de um estilo,que ele deixa aflorar ao máximo em Barão de Munchausen.
nota:9,5
THE IMAGINARIUM OF DOCTOR PARNASSUS
O MUNDO IMAGINÁRIO DE DOUTOR PARNASSUS(2009)
dirigido por Terry Gillian
escrito por Charles McKeown e Terry Gilliam
estrelado por Crstopher Plummer,Lily Cole,Heat Ledger e Tom Waits
O MUNDO IMAGINÁRIO DE DOUTOR PARNASSUS(2009)
dirigido por Terry Gillian
escrito por Charles McKeown e Terry Gilliam
estrelado por Crstopher Plummer,Lily Cole,Heat Ledger e Tom Waits
21 anos e algumas obras-primas depois,Terry Gillian volta ao mundo teatral,em um projeto ambicioso,original e mais uma vez,azarado."O Mundo Imaginário de Doutor Parnassus" ficou conhecido como "o último filme de Heath Ledger",e é só por isso mesmo que ele é lembrado pelo público e crítica.Todo o brilhantismo de mais uma viagem ao fantástico de Gillian é limitado pelo falecimento de um ator.Não que Ledger não fosse um ótimo ator ou não estivesse tão bem no filme.Na verdade,ele está excelente,mas não passa de um dos detalhes que compõem este instigante pesadelo do diretor.Ambientado nos dias atuais,mesmo com personagens e trama aparentemente medievais.Esse delicioso anacronismo é a chave para a mais uma viagem a literatura e ao teatro de tempos remotos
A trama segue uma companhia de teatro itinerante e decadente,liderada por um homem imortal chamado Parnassus(Cristopher Plummer,genial).O grupo possui no seu palco um espelho mágico,que permite que qualquer um que o adentre viva um mundo imaginário produzido pelo próprio visitante.Mas tudo isso é fruto de um antigo pacto com o diabo(Tom Waits ),que agora Parnassus terá de cumpri-lo entregando sua filha(Lily Cole) as mãos do capeta.Mas,tudo muda quando eles encontram Tony(Ledger,Law,Depp e Farrel),um empresário com amnésia e dívidas com a máfia russa.
Para compensar a inesperada morte de Ledger no meio das filmagens,Gillian optou por adaptar a trama de forma que outros atores possam viver o mesmo personagem.Cada "visita" ao espelho mágico de Parnassus é um ator diferente que encarna Tony,são eles :Jude Law,Collin Farrel e Johnny Deep.E mais uma vez Gillian consegue driblar perfeitamente as dificuldades que o destino coloca a frente de suas obras.
Louca e engenhosa,a trama não procura ficar apoiada na estética deslumbrante.Que contém direção de arte e figurinos esplêndidos,que acabaram rendendo indicações ao Oscar.O que distancia Parnassus de Barão de Munchausen é o uso de CGI nas cenas graficamente complexas.O que deixa os fãs de Gillian um pouco decepcionados,ja que o diretor aposenta parte dos efeitos artesanais devido a comodidade de se fazer tudo por computadores.
Mas nada tira o brilho de mais uma rejeitada e fantástica viagem "gillianesca". Parnassus é uma autêntica fantasia de raízes clássicas,que conta com personagens e cenas que não poderiam vir da mente de outra pessoa se não o rei da fantasia.
nota:9,0
A trama segue uma companhia de teatro itinerante e decadente,liderada por um homem imortal chamado Parnassus(Cristopher Plummer,genial).O grupo possui no seu palco um espelho mágico,que permite que qualquer um que o adentre viva um mundo imaginário produzido pelo próprio visitante.Mas tudo isso é fruto de um antigo pacto com o diabo(Tom Waits ),que agora Parnassus terá de cumpri-lo entregando sua filha(Lily Cole) as mãos do capeta.Mas,tudo muda quando eles encontram Tony(Ledger,Law,Depp e Farrel),um empresário com amnésia e dívidas com a máfia russa.
Para compensar a inesperada morte de Ledger no meio das filmagens,Gillian optou por adaptar a trama de forma que outros atores possam viver o mesmo personagem.Cada "visita" ao espelho mágico de Parnassus é um ator diferente que encarna Tony,são eles :Jude Law,Collin Farrel e Johnny Deep.E mais uma vez Gillian consegue driblar perfeitamente as dificuldades que o destino coloca a frente de suas obras.
Louca e engenhosa,a trama não procura ficar apoiada na estética deslumbrante.Que contém direção de arte e figurinos esplêndidos,que acabaram rendendo indicações ao Oscar.O que distancia Parnassus de Barão de Munchausen é o uso de CGI nas cenas graficamente complexas.O que deixa os fãs de Gillian um pouco decepcionados,ja que o diretor aposenta parte dos efeitos artesanais devido a comodidade de se fazer tudo por computadores.
Mas nada tira o brilho de mais uma rejeitada e fantástica viagem "gillianesca". Parnassus é uma autêntica fantasia de raízes clássicas,que conta com personagens e cenas que não poderiam vir da mente de outra pessoa se não o rei da fantasia.
nota:9,0