UN PROPHÉTE (2009)
dirigido por Jacques Audiard
escrito por Thomas Bidegain e Jacques Audiard
estrelado por Tahar Rahim e Niels Arestrup
dirigido por Jacques Audiard
escrito por Thomas Bidegain e Jacques Audiard
estrelado por Tahar Rahim e Niels Arestrup
Nem todo filme precisa revolucionar um gênero para ser memorável.Muitas vezes,basta apenas alguma originalidade aliada a boa técnica.Jaques Audriard,diretor francês pouco conhecido,faz exatamente isso."Un Prophéte" é um filme de cadeia,daqueles tradicionais,com direito a linchamentos,selvageria,gírias e sexo oral forçado.Mas a competência de Audriard ilumina o que seria um retrato convencional,e o transforma numa experiência impactante e intimista,prendendo o espectador a uma firme corrente carcerária.
Un Prophéte conta a história de Malik,um jovem árabe recém chegado a uma prisão francesa.Sem ter em quem confiar,ele se depara com a cadeia cheia de seus conterrâneos árabes,e uma perigosa gangue de córsegos que praticamente domina e controla todos os detentos.Malik é escolhido pelo ranzinza chefe da gangue para fazer um pequeno serviço: Matar o detento vizinho de cela que o oferece drogas em troca de sexo oral.Sujando suas mãos de sangue,o jovem de 19 anos começa a adentrar no mundo das "grandes raposas" do crime,subindo aos poucos na hierarquia do violento e incerto mundo do narcotráfico.
Naturalmente,começam a pipocar diversas comparações a outros "filmes de cadeia".Como Carandiru e Um Sonho de Liberdade.Um profeta está em uma esfera totalmente diferente,tratando do universo carcerário de uma maneira bem particular.Carandiru possuía toda aquela malícia e precariedade comum as prisões brasileiras,com uma trama de proporções maiores e mais complexas.Já Um Sonho de Liberdade,que conta com uma trama leve e romântica,é o extremo oposto de Um Profeta.
O filme de Audiard é uma retrato verossímil,com uma trama perfeitamente possível e assustadora.A realidade da prisão é vista pelos olhos de um rapaz recém-saído da adolescência,onde passou traficando e consumindo drogas.Contrariando a imagem da França como nação modelo no quesito educação,Malik é um analfabeto,e suas raízes árabes ainda denunciam o palpitante xenofobismo do país.
Assim,o filme abre espaço para diversas discussões,cutucando nas feridas de seu país de origem.Isso é feito sem deixar de lado a trama,cheia de reviravoltas e personagens bizarros já tradicionais numa cadeia.O roteiro,da autoria do próprio diretor,é excelente.Retrata com perfeição as mudanças de comportamento do protagonista,que começa o filme como um jovem assustado,e com o decorrer da trama se transforma num criminoso seguro de suas ações e de seu perigo.Tal aprofundamento psicológico e feito com grande sensibilidade,não limitando-se apenas na ação física.
A caracterização perfeita do personagem principal é também fruto da atuação soberba do ator Tahar Rahim,que encarna todas as cicatrizes e caras feias de um detento.Todo o resto do elenco,composto por atores praticamente anônimos,se saí muito bem.A atenção especial de Audiard com a atuação é notável,assim como em praticamente todos os aspectos técnicos.
Un Prophéte não criou uma nova maneira de se retratar cadeias no cinema.Ele reinventou esse subgênero na França marginal contemporânea,e com exímio talento de seu diretor,conseguiu chegar as principais premiações mundo afora,como também deu uma sacudida no apagado cinema francês.
nota:8,2
Un Prophéte conta a história de Malik,um jovem árabe recém chegado a uma prisão francesa.Sem ter em quem confiar,ele se depara com a cadeia cheia de seus conterrâneos árabes,e uma perigosa gangue de córsegos que praticamente domina e controla todos os detentos.Malik é escolhido pelo ranzinza chefe da gangue para fazer um pequeno serviço: Matar o detento vizinho de cela que o oferece drogas em troca de sexo oral.Sujando suas mãos de sangue,o jovem de 19 anos começa a adentrar no mundo das "grandes raposas" do crime,subindo aos poucos na hierarquia do violento e incerto mundo do narcotráfico.
Naturalmente,começam a pipocar diversas comparações a outros "filmes de cadeia".Como Carandiru e Um Sonho de Liberdade.Um profeta está em uma esfera totalmente diferente,tratando do universo carcerário de uma maneira bem particular.Carandiru possuía toda aquela malícia e precariedade comum as prisões brasileiras,com uma trama de proporções maiores e mais complexas.Já Um Sonho de Liberdade,que conta com uma trama leve e romântica,é o extremo oposto de Um Profeta.
O filme de Audiard é uma retrato verossímil,com uma trama perfeitamente possível e assustadora.A realidade da prisão é vista pelos olhos de um rapaz recém-saído da adolescência,onde passou traficando e consumindo drogas.Contrariando a imagem da França como nação modelo no quesito educação,Malik é um analfabeto,e suas raízes árabes ainda denunciam o palpitante xenofobismo do país.
Assim,o filme abre espaço para diversas discussões,cutucando nas feridas de seu país de origem.Isso é feito sem deixar de lado a trama,cheia de reviravoltas e personagens bizarros já tradicionais numa cadeia.O roteiro,da autoria do próprio diretor,é excelente.Retrata com perfeição as mudanças de comportamento do protagonista,que começa o filme como um jovem assustado,e com o decorrer da trama se transforma num criminoso seguro de suas ações e de seu perigo.Tal aprofundamento psicológico e feito com grande sensibilidade,não limitando-se apenas na ação física.
A caracterização perfeita do personagem principal é também fruto da atuação soberba do ator Tahar Rahim,que encarna todas as cicatrizes e caras feias de um detento.Todo o resto do elenco,composto por atores praticamente anônimos,se saí muito bem.A atenção especial de Audiard com a atuação é notável,assim como em praticamente todos os aspectos técnicos.
Un Prophéte não criou uma nova maneira de se retratar cadeias no cinema.Ele reinventou esse subgênero na França marginal contemporânea,e com exímio talento de seu diretor,conseguiu chegar as principais premiações mundo afora,como também deu uma sacudida no apagado cinema francês.
nota:8,2
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