quinta-feira, 4 de março de 2010

AVATAR(2009)
escrito e dirigido:James Cameron
elenco:Sam Worthington,Zöe Saldana,Sigourney Weaver


Com Avatar,James Cameron prova que sua megalomania não da espaço para fracassos na sua vida como empreendedor.Porque como diretor de cinema,é óbvio que o mesmo não se aplica.Desde que despontou no cinema com o clássico Tela Quente "Exterminador do Futuro",Cameron foi construindo uma carreira baseada em bons negócios,investimentos prolíficos que o fizeram se auto-proclamar "o rei do mundo".É por estes e outros motivos que ele tem lugar cativo no hall dos grandes empreendedores,como Steve Jobs,Bill Gates etc.

Avatar pode ser uma das provas de que imagens valem mais que palavras.Em meio a tanta beleza visual,escondem-se as palavras,o péssimo roteiro.Ver o filme em 3D no cinema ainda pode ser um dos melhores programas do ano.Basta esquecer toda a parafernália tecnológica por trás de tudo,e você será rapidamente absorvido pelas imagens deslumbrantes,que combinadas com a tecnologia 3D se tornam uma experiência divertida e única.

Foram dez anos desde o último lançamento de Cameron,Titanic.Nesse tempo,o "rei" e seus súditos forçaram ao limite todo o tipo de tecnologia em efeitos visuais.Alcançaram a perfeição na técnica de captura de movimentos,que consiste em utilizar movimentos e expressões reais do ator para a criação de um semelhante virtual.No total,foram estimadamente meio bilhões de dólares gastos para as ambições do rei.Enfim,Cameron passou uma década pensando em cada detalhe,esqueceu apenas de uma boa trama e um roteiro decente para sua criação.

Jake Sully é um ex-combatente que ficou paraplégico durante uma guerra terrestre.Ele é convidado a substituir seu irmão num missão chamada Avatar,onde é criada uma réplica sua em forma de um Na´vi,alienígena azul que habita uma lua distante chamada Pandora.Enquanto seu corpo hiberna na base do exército,sua versão alien corre livre pelos campos pandorianos.Pode parecer piada,mas o mesmo acontece com o avô dos pequenos espiões em "Pequenos Espiões 3".

Como já era esperado,Sully apaixona-se por uma Na-vi e se torna parte da estranha tribo.Estranha nem tanto.Os índios azuis são meras adaptações dos índios terrestres,com costumes e modo de vida muito próximos das tribos africanas.Basta adicionar as florestas luminescentes,as aves de montaria e a fisionomia grande e azulada dos Na´vi.

Cameron então coloca os terráqueos para incendiar os azulzinhos,que possuem em sua tribo um valioso minério cobiçado pelo planeta capitalista.A partir daí começam a surgir as 'mensagens' anti-belicistas e ecológicas,a fim de acrescentar uma falsa profundidade a trama.Mas nada disso faz Avatar fugir de um inevitável julgamento: ele é um filme pouco criativo. Reunindo idéias já testadas por blockbusters do passado,tudo o que Cameron faz é justificar os efeitos especiais,de uma forma que faça com que as pessoas não parem de ir ao cinema.

Na busca por essa trama acessível e simplificada para o prazer do grande público,o filme cai em outra perigosa armadilha: a infantilização.Tudo é inocente,pueril e incrivelmente infantil.Inclui diálogos do tipo:"Eles esmagaram sua cabeça feito jujuba" e o velho maniqueísmo desse tipo de filme,como aquele clássico combate entre o mocinho heróico e espirituoso contra o vilão sem escrúpulos com um corte no rosto.

Estaria errado se dissesse que Avatar é um filme insignificante,assim como estaria errado se dissesse que se trata de um bom filme.Verdadeiras revoluções no cinema aconteceram com obras que marcaram pela sua totalidade,incluindo suas inovações técnicas.Como aconteceu com a obra máxima e eterna 2001,la nos longínquos anos sessenta.

James Cameron abriu portas para que diretores mais competentes pudessem realizar obras melhores com toda a tecnologia que ele acaba de lançar.Por esse sentido,o filme tem sua importância comprovada.Avatar ainda fez o favor de adicionar um gás a indústria cinematográfica,fazendo girar mais dinheiro e projetos ambiciosos.Cameron merece aplausos sim,mas criatura azul por criatura azul,ainda prefiro os Smurfs.

nota:5,5

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