dirigido por Jason Reitman
escrito por Sheldon Turner e Jason Reitman
estrelado por George Clooney e Vera Farmiga
escrito por Sheldon Turner e Jason Reitman
estrelado por George Clooney e Vera Farmiga
O cinema hollywoodyano é o mais bem sucedido e conhecido cinema do mundo.Assim como é reconhecido como sendo a mais pura fantasia,distante e isolada da realidade.Por isso,quando alguma notícia do cotidiano possui alguma reviravolta(as) mirabolante,ou quando tudo parece dar certo no final,empregamos o bordão "parece cena de cinema" ou "uma história de filme".Tudo isso é fruto da repetição das fórmulas hollywoodyanas.O cinema mainstream americano cravou algumas regras básicas para a soluções de tramas,e o seu sucesso acabou viciando o público e impondo tais regras a qualquer outro cineasta que queira ver seu filme bem aceito.TUDO tem que dar certo,é isso que o grande público quer ver.Felizmente não é isso que "Amor Sem Escalas" tem a oferecer.
Ryan Bingham é uma espécie de eremira-nômade moderno.Trabalha para uma empresa cuja única função é demitir funcionários de empresas que não querem assumir o difícil compromisso.Tal ofício o faz ser um eterno viajante,sua vida é resumida entre aeroportos e hotéis,e o pouco tempo que passa na sua "casa",ele odeia.Bingham cria e adota uma filosofia de vida incomum,que consiste na dispensa de todos os seus bens materiais,seus familiares e amigos,considerando-os mera bagagem.Até que um dia,uma novata do ramo das demissões apresenta um sistema que permite demitir funcionários via internet,o que ameaça o futuro de Bingham ,que ainda terá de conviver com o amor e o passado que constantemente o atormentam.
O roteiro concilia múltiplas contradições na vida de apenas um personagem.Bingham recusa-se a assumir qualquer compromisso,embora esteja constantemente apaixonado.Ao mesmo tempo que ele ama seu trabalho,ele sente pena de cada desempregado que deixa por onde passa.Embora sinta-se em casa quando está em aeroportos ou hotéis,ele não suporta a falsa hospitalidade desses ambientes.São estes e outros conflitos internos que Bingham busca esconder durante todo filme,como uma forma de provar sua aparente felicidade.
A comédia e o romance estão presentes,mas acima de tudo está a melancolia.O roteiro trata de um assunto atual,o desemprego na recente recessão americana,e ainda retrata com muita propriedade a solidão de seu protagonista,parecido com tantos engravatados que andam por ai.Essa injeção de realidade faz com que a distância entre o espectador e a trama diminua,tornando-o um filme intimista.
Mas nada tende a eclipsar o grande brilho do filme.George Clooney? Não,os diálogos.Up In The Air possuí uma maturidade muito maior do que a maioria dos filmes atuais,e os diálogos são a grande prova disso.Não li o livro no qual os roteiristas,Reitman e Sheldon Turner,se basearam,mas com certeza eles compõem diálogos tão inteligentes e perfeitos que parecem ser extraídos de uma coletânea de citações.São conversas que extraem de maneira intuitiva,o máximo de cada personagem,sem apelar para o humor ou sentimentalismo barato.
Up In The Air é regido por uma das maiores promessas de Hollywood,Jason Reitman.Ele é filho do diretor de os Caça-Fantasmas,Ivan Reitman,responsável também por uma série de comédias medíocres que você provavelmente viu na Sessão da Tarde,como Junior(Arnold e seu irmãozinho DeVito).Esquecendo o parentesco,Jason está no terceiro longa de sua filmografia.Estreou com o genial e subestimado "Obrigado Por Fumar",que até possuía um protagonista semelhante a Ryan Binghan.E logo depois lançou Juno,filme que mais parecia uma campanha pró-adoção ou anti-aborto,e que acabou se tornando um fenômeno de crítica e bilheteria.Com Amor Sem Escalas,Reitman prova que não mais pode ser chamado de promessa,e sim uma realidade,ele é realmente talentoso.
Muitos discordam quando George Clooney é visto como mais que um galã,um bom ator.Como disse Rubens na transmissão do Oscar "Clooney é um ator o moda antiga".E realmente,ele lembra tanto no sorriso quanto na atuação,os astros dos anos cinquenta,como Cary Grant ou Gregor Peck.Clooney mostra que não é preciso chorar e se descabelar para interpretar um personagem melancólico como Ryan Binghan,ele atua de forma sublime e natural,exatamente como manda o personagem,que parece ter sido escrito para ele.
Além de Geroge,todo o elenco funciona de maneira perfeita,o que ajuda acentuar os já excelentes diálogos.A quase desconhecida Vera Farmiga,empresta seu charme(e um pouco mais) a personagem que rouba o coração de Clooney.Completado a dupla feminina,a jovem Anna Kendrick rouba a cena em todas que aparece,interpretando uma moça séria e compenetrada com sua expressão meiga e doce.
Enfim,Reitman é um diretor ainda de pouca experiência,mas com talento suficiente para fazer tudo funcionar dentro de um filme.Amor Sem Escalas é uma obra nitidamente diferenciada,é ele e outros filmes eventuais,que fazem o cinema americano valer a pena.
nota:9,0
Ryan Bingham é uma espécie de eremira-nômade moderno.Trabalha para uma empresa cuja única função é demitir funcionários de empresas que não querem assumir o difícil compromisso.Tal ofício o faz ser um eterno viajante,sua vida é resumida entre aeroportos e hotéis,e o pouco tempo que passa na sua "casa",ele odeia.Bingham cria e adota uma filosofia de vida incomum,que consiste na dispensa de todos os seus bens materiais,seus familiares e amigos,considerando-os mera bagagem.Até que um dia,uma novata do ramo das demissões apresenta um sistema que permite demitir funcionários via internet,o que ameaça o futuro de Bingham ,que ainda terá de conviver com o amor e o passado que constantemente o atormentam.
O roteiro concilia múltiplas contradições na vida de apenas um personagem.Bingham recusa-se a assumir qualquer compromisso,embora esteja constantemente apaixonado.Ao mesmo tempo que ele ama seu trabalho,ele sente pena de cada desempregado que deixa por onde passa.Embora sinta-se em casa quando está em aeroportos ou hotéis,ele não suporta a falsa hospitalidade desses ambientes.São estes e outros conflitos internos que Bingham busca esconder durante todo filme,como uma forma de provar sua aparente felicidade.
A comédia e o romance estão presentes,mas acima de tudo está a melancolia.O roteiro trata de um assunto atual,o desemprego na recente recessão americana,e ainda retrata com muita propriedade a solidão de seu protagonista,parecido com tantos engravatados que andam por ai.Essa injeção de realidade faz com que a distância entre o espectador e a trama diminua,tornando-o um filme intimista.
Mas nada tende a eclipsar o grande brilho do filme.George Clooney? Não,os diálogos.Up In The Air possuí uma maturidade muito maior do que a maioria dos filmes atuais,e os diálogos são a grande prova disso.Não li o livro no qual os roteiristas,Reitman e Sheldon Turner,se basearam,mas com certeza eles compõem diálogos tão inteligentes e perfeitos que parecem ser extraídos de uma coletânea de citações.São conversas que extraem de maneira intuitiva,o máximo de cada personagem,sem apelar para o humor ou sentimentalismo barato.
Up In The Air é regido por uma das maiores promessas de Hollywood,Jason Reitman.Ele é filho do diretor de os Caça-Fantasmas,Ivan Reitman,responsável também por uma série de comédias medíocres que você provavelmente viu na Sessão da Tarde,como Junior(Arnold e seu irmãozinho DeVito).Esquecendo o parentesco,Jason está no terceiro longa de sua filmografia.Estreou com o genial e subestimado "Obrigado Por Fumar",que até possuía um protagonista semelhante a Ryan Binghan.E logo depois lançou Juno,filme que mais parecia uma campanha pró-adoção ou anti-aborto,e que acabou se tornando um fenômeno de crítica e bilheteria.Com Amor Sem Escalas,Reitman prova que não mais pode ser chamado de promessa,e sim uma realidade,ele é realmente talentoso.
Muitos discordam quando George Clooney é visto como mais que um galã,um bom ator.Como disse Rubens na transmissão do Oscar "Clooney é um ator o moda antiga".E realmente,ele lembra tanto no sorriso quanto na atuação,os astros dos anos cinquenta,como Cary Grant ou Gregor Peck.Clooney mostra que não é preciso chorar e se descabelar para interpretar um personagem melancólico como Ryan Binghan,ele atua de forma sublime e natural,exatamente como manda o personagem,que parece ter sido escrito para ele.
Além de Geroge,todo o elenco funciona de maneira perfeita,o que ajuda acentuar os já excelentes diálogos.A quase desconhecida Vera Farmiga,empresta seu charme(e um pouco mais) a personagem que rouba o coração de Clooney.Completado a dupla feminina,a jovem Anna Kendrick rouba a cena em todas que aparece,interpretando uma moça séria e compenetrada com sua expressão meiga e doce.
Enfim,Reitman é um diretor ainda de pouca experiência,mas com talento suficiente para fazer tudo funcionar dentro de um filme.Amor Sem Escalas é uma obra nitidamente diferenciada,é ele e outros filmes eventuais,que fazem o cinema americano valer a pena.
nota:9,0
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