quarta-feira, 29 de julho de 2009

ALL ABOUT EVE - A MALVADA(1950)
diretor:Joseph L. Mankiewicz
roteiro:Joseph L. Mankiewicz
elenco:Bette Davis,Anne Baxter

Parece que 1950 foi o ano dos filmes sobre showbiz.Duas obras-primas imortais,sempre citadas por todos os cineastas e cinéfilos do mundo,surgiram neste mesmo ano."Crepúsculo dos Deuses" do mestre Billie Wilder,retratava a figura de uma atriz de cinema falida e fora dos holofotes,e além de consagrar Gloria Swanson,a obra também era um crítica valiaosa ao lado mesquinho da indústria cinematográfica,e a rapidez com a qual ela consagra e afunda seus ídolos.A outra obra é "A Malvada" de Joseph Mankiewicz,focado no mundo do teatro,o filme conta com o brilhantismo da atuação de Bette Davis e dos diálogos inesquecíveis do roteiro perfeito do próprio Mankiewicz.

Mankiewicz não possui uma carreira muito extensa como diretor,mas possúi algumas pérolas importantes no seu currículo.Foi ele o responsável pelo filme mais caro da história,"Cleopatra" com Liz Taylor,e também dirigiu o interessante thriller "Trama Diabólica" nos anos 70.Contudo,Mankiewicz não possuía uma direção muito marcante,e foi muito mais feliz como roteirista.O roteiro de "A Malvada" é baseado num conto da revista "Cosmopolitan" intitulado "The Wisdom os Eve".A partir da premissa simples do artigo,Mankiewicz criou uma trama complexa envolvendo diversas figuras comuns do Showbiz.O crítico especializado,a atriz decadente,a aspirante,o diretor,o roteirista,o produtor... Todos interpretados com perfeição por um elenco de peso,que inclui desde estrelas em ascensão,como Marylin Moore,até atrizes veteranas,o caso de Bette Davis.

sinopse:Margo Channing é uma reconhecida atriz da Brodway,que vive cercada de homens e tietes.Eve Harrington é uma jovem fã de Margo que consegue infiltrar na vida do ídolo.Com a velhice iminente,Margo teme que a garota tome o seu lugar na careira.

Assim como "Crepúsculo dos Deuses",o filme de Mankiewicz possuí um leve tom irônico,ainda que a obra transborde glamour hollywoodiano,"A Malvada" é um retrato ácido da classe artística dos anos cinquenta. SPOILER Mankiewicz criou uma das personagens mais moralmente ambíguas do cinema,Eve.Logo quando o filme começa,vemos ela como uma moça pobre do interior,que perdeu seu amado marido na guerra e se viu obrigada a trabalhar numa cervejaria.Alimentando o sonho de ser atriz,Eve procura seu maior ídolo,Margo,uma aclamada atriz dona de uma irrefutável avareza.Margo acaba gostando de Eve,tornando-a sua secretária.Com o desenrolar da história,a desconfiança de Margo e do espectador sobre Eve vai crescendo,e quando vemos,a tal "Malvada" do título é a mocinha da primeira metade do filme. FIM DE SPOILER.

"A Malvada" é um filme essencial para se entender o showbiz.Faz parte da produtiva década de cinquenta,onde foi produzido um grande número filmes importantíssimos para o cinema que viria pela frente.O apogeu da lendária Bette Davis,o começo da carreira de Marilyn Moore,o melhor filme de Mankiewicz.São apenas alguns detalhes que tornam ainda mais importante essa obra imortal,um obrigação a qualquer amante do cinema.

nota:9,0

segunda-feira, 27 de julho de 2009

DAS CABINET DES DR.CALIGARI-
O GABINETE DO DR.CALIGARI(1920)
diretor:Robert Wiene
roteiro:Hans Janowitz,Carl Mayer
elenco:Werner Krauss,Conrad Veidt

Sempre quando se vai analisar uma obra do gênero horror,é essensial você ter esse filme em mente.Sim,é um filme mudo,fotografado em p/b e sépia.Mas foi ele a primeira obra de cinema a assustar uma platéia,o primeiro filme a utilizar flashbacks,o primeiro filme de terror.Na verdade,boa parte do cinema falado que veio depois se origina dos filmes mudos feitos na Alemanha da década de vinte.

"O Gabinete do Dr.Caligari" é mais uma obra,uma das primeiras,do chamado expressionismo alemão.A mesmas técnicas e objetivos de pintores como Van Gogh e Edvand Munch,começam a ser aplicadas no cinema,que até então era não era visto como arte.A elite intelectual da época considerava os filmes como uma forma de entretenimento de massa,e foi com o expressionismo que o cinema ganhou respeito.Contemporâneos a Robert Wiene,também surgiram na mesma época F.W. Murnau e Fritz Lang,os mais célebres da época.

sinopse:Em um pequeno vilarejo alemão,é realizado uma feira de variedades.Em uma das apresentações,um misterioso senhor chamado "dr.Caligari" apresenta a platéia Cesare,um sonâmbulo que dorme a 23 anos,e que agora acordaria para prever o futuro de qualquer voluntário da platéia.Ao mesmo tempo,uma série de assassinatos sob as mesmas circunstâncias começa a assombrar a população.

Logo com a chegada do cinema falado,muitos afirmavam que o cinema mudo era limitado,e não permitia tramas muito complexas."O Gabinete do Dr.Caligari" comprova exatamente o contrário.O roteiro de Hans Janowitz e Carl Mayer possui constantes reviravoltas e subtramas,e um inigualável final-surpresa.Tecnicamente,o filme também é ousado.Temos aqui o primeiro efeito visual do cinema,quando os letreiros voam pelo cenário e afirmam ao personagem de Wernr Krauss que ele é "Dr.Caligari".

Sendo um filme expressionista,"O Gabinete do Dr.Caligari" lembra uma pintura em movimento.Os cenários,o jogo de luz e sombra,o figurino,tudo é baseado em criações de artistas expressionistas da época.As casas distorcidas,a fotografia ressaltando o sentimento dos personagens,a maquiagem gótica,são aspectos que tornam o filme único e especial,tanto para época quanto para os dias de hoje.

Como se trata de cinema mudo,a trilha sonora era executada ao vivo,portanto existem seis trilhas diferentes,executadas em diferentes épocas.Não faço a menor idéia qual das seis é a versão da cópia que estava a minha disposição,só sei que é uma das trilhas sonoras mais pulsantes e perfeitas que eu já conferi.Imagine o quão fantástica deveria ser a experiência de assistir ao filme com uma orquestra tocando a trilha simultaneamente.Bons tempos...

"O Gabinete do Dr.Caligari" é uma peça histórica importante,um filme artisticamente notável e ao mesmo tempo prazeroso de se ver.É difícil imaginar o que seria do cinema sem essa obra.

nota:10

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Á BOUT DE SOUFFLE - ACOSSADO(1960)
diretor:Jean-Luc Godard
roteiro:Jean-Luc Godard,François Truffant
elenco:Jean Seberg,Jean-Paul Belmondo

Antes de começar a crítica,queria deixar bem claro uma coisa.O nome deste blog não tem nada a ver com o filme.Peguei esse título de uma excelente reportagem da revista "Bravo!",publicada há algum tempo atrás.Se bem que gostaria de ver meu blog relacionado ao filme de Godard.Inventivo,original e muito bem filmado,"Acossado" é uma espécie de romance policial mesclado com comédia romântica.Uma declaração de amor a França e uma nova forma de fazer cinema.

"Á Bout De Souffle" é um dos filmes que marcam o início da nouvelle vague.Tudo começou com um grupo de jovens críticos de cinema.Godard,Rohmer,Truffant e Chabrol,cineastas que mais tarde se consagrariam com seus filmes,publicavam suas idéias na famosa revista "Cahiers Du Cinéma".Elaboraram a "teoria do autor",que colocava em evidência o diretor de cinema,como a importância de um pintor sobre seu quadro,segundo eles,os 'autores de cinema' também influenciavam sua obra de forma plena.Logo no final dos anos cinquenta,os ex-críticos começaram a por em prática a teoria por eles mesmos elaborada.Quebrando as barreiras do cinema comercial,filmando fora dos padrões antes estabelecidos.

Como não vi quase nada de sua filmografia,não posso formular nada sobre o diretor.Mas apenas pela sua biografia já se pode notar a importância de Jean-Luc Godard para a sétima arte.O francês não só revolucionou a crítica de cinema como também revolucionou o próprio cinema."Acossado" é um filme relativamente simples.Rodado em quatro semanas com o roteiro inacabado,o filme é uma obra espontênea,que exigiu muito improviso e talento dos atores.

sinopse: Michael Poiccard é um criminoso que acaba de assassinar um policial.No caminho de fuga ele visita diversas mulheres,até encontrar Patricia,uma estudante americana por quem se apaixona.Michel convence a moça a esconde-lo até receber uma dívida que lhe devem.Apesar de os dois compartilharem um intenso caso de amor,Michael superestima a ingenuidade de Patricia

O filme é um verdadeiro mergulho na juventude sessentista.Os personagens de Godard citam diversas referências culturais contemporâneas a época da produção,trocando idéias sobre cinema,cigarros e música clássica.O mesmo recurso foi utilizado 34 anos depois por Tarantino,que fez da salada cultural uma de suas marcas.Porém,diferente de outras obras de Godard,as referências são apenas culturais,não há sinais de engajamento político na produção.

Um dos maiores diferenciais do filme é a parte técnica.Godard segue a risca a tal "teoria do autor",impondo sua personalidade em cada plano da obra.A narrativa não possui nenhum padrão.Nas primeiras cenas,o protagonista Michael fala diretamente com o espectador,uma maneira criativa de introduzir o público a história.Essa narração com o tempo acaba,e a câmera de Godard não foca um ponto da trama em específico.Câmera ousada,que persegue os atores pelos cenários,tudo filmado com câmera na mão e luz natural.Apesar de ser uma história de amor,se analisado a fundo,"Acossado" é um filme bem subversivo.

Essa subversividade empregada por Godard,influenciou diversos diretores de todos os cantos do mundo.Basta saber até onde o filme deixa de ser influenciado para se tornar cópia.Oito anos depois,meu conterrâneo catarinense Rogério Sganzela,filmou "O Bandido da Luz Vermelha".A mesma quebra de padrões acontece mais uma vez.O protagonista também é um criminoso e também dialoga com espectador durante o filme.Infelizmente,a tal quebra de padrões acaba padronizando o cinema novamente.

Além de tudo que já foi falado,há outro aspecto que chama muito a atenção na obra:Jean Seberg.A deusa da nouvelle vague.Dona de uma beleza e talento raros,a americana rouba a cena todas as vezes que aparece.Não dando chance para o também talentoso Jean-Paul Belmondo.A química entre o casal fictício é notável,percebe-se que os dois atores estavam bem a vontade,improvisando suas falas como se fossem íntimos da câmera.

"Acossado" é um filme simplório,mas que surpreende.Uma importante peça histórica da França e do cinema.Godard dos anos 60 é um diretor em falta nos dias de hoje.

nota:9,0

Um estranho trailer francês:


sábado, 18 de julho de 2009

GOODFELLAS - OS BONS COMPANHEIROS(1990)
diretor:Martin Scorcese
roteiro:Nicholas Pileggi,Martin Scorcese
elenco:Ray Liotta,Robert De Niro,Joe Pesci


Com quase cinquenta anos de carreira,Scorcese é reconhecido como uma dos maiores diretores americanos."GoodFellas",tido como sua melhor obra,é um filme notável,com tomadas virtuosas,diálogos inteligentes e narrativa frenética.Apesar de não ser exatamente original,Scorcese inovou criando um novo jeito de se contar uma história através da narração em off.A grandiosa saga de Henry,Tommy e Jimmy inspirou uma geração de diretores fascinados pela mistura de ritmo frenético com violência gráfica,que acabou sendo a cara do cinema dos anos 90.

Scorsese é,além de diretor renomado,um cinéfilo inveterado.Dirigiu alguns documentários sobre a arte da cinefilia,e também costuma dar alguns pitacos sobre os lançamentos do cinema mundial.Scorsese é tão cinéfilo,que chega a parafrasear diálogos de filmes em suas entrevistas,sem revelar que está parafraseando.Em certa entrevista perguntaram a ele sobre o bairro ítalo-americano onde passou sua infância e ele respondeu "Ou a pessoa virava gângster ou virava padre."A mesma frase é proferida pelo "feio"(personagem de Eli Walach)quando encontra seu irmão na obra-prima "The Good,The Bad and The Ugly".Tal passagem revela até uma certa obsessão o diretor por filmes,mas uma obsessão sadia,que muito contribuiu para a sétima arte.

Mas,convenhamos,Scorsese fez alguns filminhos superestimados.O maior deles é "Os Infiltrados",um ovacionado remake de um filme coreano,que acabou rendendo ao diretor o Oscar de melhor direção e melhor filme."Os Bons Companheiros" não é um remake,mas é trabalhado em cima de clichês.O mafioso que conheceu o crime na infância,a mocinha recatada que se apaixona por um gangster,a queda de um criminoso pelas drogas.Tudo isso já foi visto bem antes da obra de Scorsese,o diretor apenas criou um novo jeito de se contar esses motes aparentemente batidos.

sinopse:Henry é um garoto do Brooklin de ascendência italiana e irlandesa.Logo na adolescência arruma um emprego em um restaurante regido por Gangsters em frente a sua casa.Devotado a se tornar um deles,o garoto abandona a escola e se torna um protegido dos criminosos.Com o tempo ele vai estreitando as relações com Gangsters renomados,e se torna "goodfella" de Tommy e Jimmy,dois criminosos veteranos de personalidade forte.

A parte técnica da obra é irretocável.A começar pela edição inteligente de Thelma Schoonmaker,que praticamente define o filme.A eclética trilha sonora vai do jazz ao punk,com uma seleção esperta de músicas dos anos 50,60 e 70.No elenco,as escolhas são quase todas acertadas.Ray Liotta em seu único papel decente,quando sua carreira ainda prometia muito.Robert De Niro e Joe Pesci são dois dos melhores atores americanos,dispensam comentários.A única atuação não tão boa é Loraine Bracco,atriz fraquinha escalada para um papel importante,não convence nas cenas dramáticas.

Cinco anos depois Scorsese filmou "Cassino",considerado por muitos uma repetição da consagrada fórmula.Por mais que o elenco seja parecido,e também seja um filme sobre máfia,não considero "Casino"uma repetição da mesma fórmula,até acho ele superior a "GoodFellas".Melhor estruturado e original,"Casino" completa "GoodFellas".

"Os Bons Companheiros" injeta uma dose de oxigênio nos filmes de gângsteres,influenciando todo o cinema dos anos 90.Uma obra indispensável e marcante.

Scorsese é um especialista em criar cenas inesquecíveis,"Os Bons Companheiros" é repleto delas.É difícil escolher uma favorita.A longa tomada sem cortes em que Henry entra pelas portas dos fundos com sua esposa,cortando fila,é genial e cheia de possíveis releituras.Eis ela aqui em baixo:
nota:9,0

sexta-feira, 17 de julho de 2009


HARRY POTTER AND THE HALF-BLOOD PRINCE -
HARRY POTTER E O ENIGMA DO PRÍNCIPE(2009)
diretor:David Yates
roteiro:Steve Kloves
elenco:Daniel Radcliffe,Rupert Grint,Emma Watson

Doze anos após o lançamento do primeiro livro,Harry Potter já é uma das sagas literárias de maior sucesso da história,se não 'a' maior.E se não bastassem os livros venderem que nem água,o bruxinho e seus amigos também despontam como uma das cinesséries mais populares que o cinema já viu.São seis filmes,todos com alta arrecadação nas bilheterias e altos índices de aprovação entre os fãs.A autora,J.K. Rowlling,certamente merece aplausos.Mesmo aqueles que acham a série demasiadamente infantil ou mal escrita,reconhecem o mérito da autora britânica mãe de quatro filhos.Eu gosto dos livros,são inventivos e originais,e com certeza acrescentaram muito a literatura,e agora também ao cinema.

A série no cinema tem seus altos e baixos.Já passaram pela série diretores como Chris Columbus,Alfonso Cúaron,Mike Newell e agora David Yates.Com Yates,a série atingiu a melhor forma.Um diretor sem muita experiência,mas muita competência.O roteiro assinado por Steve Kloves,que roteirizou todos os capítulos da série até aqui,consegue extrair a essência das obras de Rowling com perfeição.Kloves sobe cortar os excessos da trama,tornando o ritmo do filme muito mais fluído,e sem muita correria.As quase três horas de filme são agradáveis para qualquer público,atingindo o mesmo feito dos livros.Ainda que muitos pontos da trama sejam incompreensíveis para quem nunca leu ou assistiu Harry Potter.

sinopse: O mundo dos bruxos ameaça o mundo dos trouxas(não-bruxos).Lord Voldemort prepara sua volta,convocando novos seguidores para se tornarem "comensais da morte".Na escola de Hogwarts,o diretor Dumbledore convida o aposentado Slughorn para ser o novo professor de poções.Harry,agora cursando o sexto ano,descobre um livro surrado de poções,onde constam anotações de um misterioso bruxo chamado "Príncipe Mestiço".Ao seguir as anotações,Harry impressiona Slughorn,que acaba revelando detalhes sobre o passado sombrio de Tom Riddle,o Lord Voldemort.

O sexto livro da saga era o mais leve de todos.Yates optou por diminuir a comicidade e tornar o filme o mais sombrio da cinessérie.Algumas cenas tem um clima soturno,que se intensifica próximo ao final,quando os comensais da morte invadem Hogwarts.O alívio cômico é o personagem de Rupert Grint,Rony,e suas trapalhadas.Agora com os personagens e leitores mais velhos,o sexto capítulo também explora mais os relacionamentos amorosos dos bruxinhos.Existe até uma certa tensão sexual entre os personagens,invisível para os infantos mais bem perceptível para o público juvenil.

Se a história já é uma das mais interessantes da saga,o filme também apresenta o melhor conjunto técnico.O encarregado da fotografia é o francês Bruno Delbonnel,um dos profissionais da área mais requisitados da atualidade,responsável por Ameilie Poulain e Across de Universe.E como quase todo filme em que ele trabalha,a fotografia é um dos aspectos que mais chamam a atenção em todo o longa.

O filme também possuí o que a indústria de efeitos especiais tem de melhor na atualidade.Ainda que seja o capítulo da saga com menos cenas de ação,também é o capítulo com os melhores efeitos visuais.A melhor cena do filme,em que Dumbledore e Harry entram em uma caverna cheia de zumbis,é um espetáculo visual,principalmente pelo impressionante efeito da mistura da água com fogo.

Ainda que o encarregado da trilha sonora seja Nicholas Hopper,as composições originais de John Williams também não poderiam faltar.Assim como a música tema de Star Wars e Indiana Jones,a música de Williams para Harry Potter incorpora-se ao filme de maneira incrível.

Devido ao sucesso da franquia,os realizadores não tiveram dificuldades em manter mesmo elenco nos seis filmes.Daniel Radcliffe,o Harry Potter,melhorou muito em comparação com sua pífia atuação dos capítulos anteriores.Muito mais expressivo e competente,assim como a bela Emma Watson e o engraçado Rupert Grint.Destaque também para Alan Rickman intérprete do professor Snape.

Já perto do capítulo final,que será dividido em dois filmes,a cinessérie apresenta seu melhor capítulo até aqui.Um longa maduro,ingênuo mas não infantil e visualmente incrível.Uma pena que nem toda a série tenha sido assim.Que venha "Relíquias da Morte"

nota:7,5

segunda-feira, 13 de julho de 2009

DERSU UZALA(1975)
diretor:Akira Kurosawa
roteiro:Akira Kurosawa,Yuri Nagibin
elenco:Maksim Munzuk,Yuri Solomin

Cinema não é uma competição.Por isso não dou muita importância quando falam em "melhor diretor de todos os tempos","melhor filme de todos os tempos".Mas,quando falam no diretor japonês Akira Kurosawa eu não me seguro e esbravejo:"best fucking director of all time!".Não consigo esconder,nunca um diretor me impressionou tanto com seus filmes como ele.Conseguindo equilibrar estética e dramaturgia,Kurosawa compôs obras que desafiam qualquer crítico a descrevê-las.Após conferir Dersu Uzala,e estar perto de completar a minha peregrinação pela sua filmografia,a única coisa que posso afirmar é que há algo de mágico em seus filmes.

Dersu Uzala é uma belíssima fábula sobre a relação homem-natureza,uma narrativa simples e ao mesmo tempo intensa,guiada por um sábio caçador das selvas russas.Baseado no livro de Vladimir Arsenyev,o roteiro é assinado por Kurosawa em colaboração com o dramaturgo russo Yuri Nagibin.O filme marca o renascimento artístico do diretor.Em 1971,inconformado com a falta de reconhecimento do público japonês diante de suas obras,Kurosawa tentou o suicídio.O incidente fez com que o Japão fechasse as portas para ele.Apenas em 1973 com o apoio da União Soviética,o diretor pode rodar Dersu Uzala,filme pelo qual faturou diversos prêmios mundo afora,inclusive o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.Sobre esse capítulo de sua carreira,Kurosawa deu a enigmática declaração:
“Um desses salmões, não vendo outro caminho, empreendeu uma longa jornada para subir um rio soviético e dar à luz algum caviar. Assim surgiu meu filme Dersu Uzala em 1975. Nem eu penso que seja essa uma coisa ruim. Mas o mais natural, para um salmão japonês, é pôr seus ovos em um rio japonês”

sinopse:Uma expedição com a finalidade de fazer um levantamento topográfico da Sibéria,atravessa a densa floresta soviética.No caminho eles encontram um misterioso e solitário caçador goldi com o nome de Dersu Uzala.O homem demonstra grande sabedoria e conhecimento sobre as leis da natureza,e acaba conquistando a amizade do capitão da expedição,ficando com o cargo de guia dos soldados na obscura floresta.

A misteriosa e apaixonante figura de Dersu é retratada de forma tão convincente e real que logo nas cenas iniciais o espectador desenvolve admiração pelo camponês.Sua humildade e visão simplista do mundo,de certa forma martirizam a figura de Dersu,fazendo dele uma figura não fictícia para o espectador.Kurosawa mostra que todos nos precisamos ter um Dersu Uzala dentro de si.

O pequeno camponês fica apavorado com as leis do homem moderno.Após uma vida inteira vivendo no mato,Dersu muda-se para uma cidade russa do século XX.Não entende porque o homem urbano tem que pagar pela água que bebe("há um monte no rio",profere Dersu),porque não se pode cortar arvores dos parques e como que os cidadãos conseguem morar em caixotes de tijolos.Se Dersu já ficou impressionado com a vida urbana de 1907,imagina como ele se sentiria no século XXI?

A narrativa é linear,sem muitos floreios ou histórias paralelas.É um filme lento,isso deve ser advertido ao espectador mais impaciente.Porém,o ritmo da trama é bem nivelado,mais uma virtude sempre presente nos filmes do japonês.Dersu Uzala poderia ser visto apenas como um exercício de reflexão,com uma mensagem edificante.Mas ele vai além.A parte estética da obra também é caprichada,a fotografia assinada por Fyodor Dobronravov,Yuri Gantman e Asakazu Nakai adiciona ao filme uma plasticidade incrível.O nascer do sol,o pôr do sol,as nevascas,a chuva... nada disso foi tão lindo quanto é em Dersu Uzala.

Se não bastasse,ainda temos um elenco perfeito.Atores sem muita fama,mas com talento imenso.Para começar,temos Maksi Munzuk como Dersu.O falecido ator de carreira breve,não demonstra em nenhum momento parecer um personagem de ficção.Suas expressões,a firmeza com a qual ele profere as crenças e ensinamentos de Dersu,posso facilmente apontar a atuação do senhor Maksi como a melhor da década de 70.Yuiri Solomin,ator que já foi ministro da cultura da Rússia,também interpreta muito bem "kaptain!".

Com Dersu Uzala,Kurosawa mostrou ao mesquinho público japonês sua importância para sétima arte.Um espetáculo visual,um reflexão sobre o contraste homem-natureza,uma obra apaixonante.Mais uma vez,Kurosawa atingiu a perfeição.

nota:10,0

sábado, 11 de julho de 2009

JUNGFRUKÄLLAN - A FONTE DA DONZELA(1960)
diretor:Ingman Bergman
roteiro:Ulla Isaksson
elenco:Max Von Sydow,Birgitta Pettersson

Dois anos se passaram da morte de Ingman Bergman,o diretor,mestre do intimismo,do drama psicológico,das relações.Ainda não vi toda sua filmografia,uma tarefa quase impossível,devido a quantidade de trabalhos raros e pouco vistos da carreira do sueco."A Fonte da Donzela" faz parte da chamada(sei lá por quem) de "Trilogia do Questionamento Religioso",composta por "O Sétimo Selo","Morangos Silvestres",e este aqui.Não vejo muita conexão entre estes três filmes,ainda mais porque "A Fonte da Donzela" é bem inferior aos anteriores.Apesar de ser um dos Bergman´s mais líricos que eu já vi,é um filme limitado,em que aparecem algumas manias do diretor que incomodam.

É um filme triste,mas não denso como "Sonata de Outono" por exemplo.Bergman parece ter se voltado para a reconstituição da idade média.Mesmo assim,a história criada por Ulla Isaksson é de uma originalidade rara,até Wes Craven baseou-se no roteiro para criar "Aniversário Macabro",terror slasher que tenho curiosidade de ver.Os diálogos,carregados de crendices religiosas e pessimismo também enriquecem o filme.

sinopse: O século é XIV,e a população sueca oscilava entre o catolicismo e o paganismo.Karin é uma alegre e mimada menina que vive com os pais e criados católicos e uma bastarda pagã.Ela recebe de sua mãe a missão de levar velas para Virgem Maria numa capela distante.No caminho ela é abordada por dois pastores e uma criança,após lhes oferecer um lanche a menina é estuprada e assassinada.Quando a noite cai,sem saber do perigo,os pastores pedem abrigo na casa dos pais de Karin.

O contraste de duas crenças completamente distintas,o paganismo e o catolicismo é muito bem representado,talvez seja essa a finalidade principal do filme.A criada Ingeri,grávida por estupro,se revolta contra tudo e todos,reza por Odin(deus pagão),ao mesmo tempo que a família cultua o catolicismo de forma quase obcecada.É um aspecto da obra que fica ainda mais interessante quando anialisamos a vida de Ingmar,filho de um padre cristão.

Apesar da beleza e perfeição dos cenários e figurinos,é nas cenas de ação que Bergman esbarra.Esse talvez seja o filme mais violento do sueco,e esse é o grande problema,Bergman não soube ministrar muito bem essa violência.A única exceção vai para a cena do estupro,que não chega a chocar,mas é executada de forma perfeita.

A trilha original de Erik Nordgren é um dos pontos altos da produção.Logo na abertura do filme o espectador é agraciado com um belo solo de flauta,composição original de Nordgren.As atuações são incríveis.A desconhecida Birgitta Pettersson trabalha muito bem,emprestando seu rosto belo e ingênuo para a protagonista.O excelente e ainda vivo Max Von Sydow também se destaca como o patriarca,mesmo sendo um pouco novo(na época) para o papel.
Não espere de "A Fonte da Donzela" uma obra-prima.É um ótimo exemplar de como reconstituir com perfeição uma época tão distante com poucos recursos a disposição.
nota:8,0

quarta-feira, 8 de julho de 2009

THE INTERNATIONAL - TRAMA INTERNACIONAL(2009)
diretor:Tom Tykwer
roteiro:Eric Singer
elenco:Clive Owen,Naomi Watts

Após a consagração da trilogia Borne,está cada vez mais difícil surgir algo novo no gênero espionagem.E se o filme consegue ser original,a crítica especializada não consegue fazer outra coisa além de comparar a obra com a trilogia estrelada por Matt Dammon.A fórmula de sucesso creditada a Doug Liman e Paul Greengrass funciona muito bem,tanto que logo depois do primeiro filme da trilogia choveram agentes tentando ser Jason Bourne.Mas deve se lembrar que essa fórmula não é tão original assim.Há onze anos atrás o alemão Tom Tykwer já havia mostrado algo parecido,e muito mais revolucionário,o brilhante "Corra,Lola,Corra".Apesar de não ser um filme de espionagem,ele já utilizava diversos recursos técnicos únicos,o que gerou uma grande expectativa em torno de Tykwer.

Tom Tykwer seguiu sua carreira com bons trabalhos,mas distanciando-se do gênero corre-corre que projetou sua carreira.Em 2002 dirigiu o roteiro do falecido Krzysztof Kieslowski(Trilogia das Cores), "Heaven",um filme esteticamente interessante que tinha o talento Cate Blanchet como centro.Em 2006 chamou a atenção da crítica com a excelente adaptação do romance de Patrick Süskind,"Perfume",um filme de época incomum.Agora,com "Trama Internacional",o alemão mais uma vez prova sua competência,comandando um intrincado thriller de espionagem.

sinopse:Um paranóico agente da Interpol,Lois Salinger,com a ajuda de Eleanor,uma promotora de justiça,descobre um maquiavélico esquema de lavagem de dinheiro e tráfico de armas envolvendo um dos mais poderosos bancos do mundo.Com ajuda de outros agentes,a dupla percorre o mundo atrás de pistas que levem há Skarssen,o poderoso dono do banco.

O filme remete aos bons filmes de espionagem dos anos 70,como "Operação França" e "Intriga Internacional".Só que diferença aqui é que não existe vilão.O agente Louis não percebe que está lutando contra um sistema invisível e invencível,a economia.Os bancos internacionais fazem todo o sistema mover,num ciclo incessável de negócios líticos e ilícitos que não são percebidos pela população em geral.Esse ponto de vista moral do filme é o que diferencia a obra de qualquer outro filme de espionagem,servindo também como material de reflexão.

Os créditos á Tom Tykwer aumentam ainda mais após a longa e estupenda cena de tiroteio no museu Guggenheim.O agente Louis e os capangas de Skarssen destroem toda a icônica arquitetura do local a furo de bala.O interior cilíndrico e espelhado do museu é perfeito para tal cena,incrivelmente bem coreografada e editada.É certamente uma das mais belas cenas de tiroteio que eu já vi em muito tempo.

SPOILER No final descobrimos que qualquer tentativa de acabar com o tráfico dentro de bancos internacionais,principalmente quando lideranças mundiais estão envolvidas,é inútil.Na cena final o filme toma um rumo inesperado,por mais absurdo que seja o desenrolar da última perseguição,mesmo o espectador mais atento é pego de surpresa FIM DO SPOILER.

O roteiro é assinado pelo novato Eric Singer,baseado no caso BCCI(Bank of Credit & Commerce International),escândalo financeiro ocorrido no final dos anos 80 e início dos anos 90.Apesar dos bons diálogos,o filme transcorre de uma maneira um tanto esquemática,apelando ao acaso em algumas cenas.Há também o problema da falta de nexo em alguma sequências.A falha parece até ser justificada pelo personagem de Armin-Muller Stahl após uma hora meia hora de filme:
-Existe uma diferença entre verdade e ficção.Ficção tem que fazer sentido.

A boa caracterização dos personagens favorece a desenvoltura do elenco.Clive Owen interpreta muito bem o paranóico protagonista,e faz uma ótima dupla com a maravilhosa Naomi Watts,uma das minhas atrizes favoritas da atualidade.Todos os coadjuvantes estão muito bem,com uma pequena exceção para Armin-Muller Stahl,um velhinho inexpressivo que também deu as caras em "Anjos e Demônios".

Um elenco talentoso,o bom trabalho de edição e montagem e a mão de Tom Tykwer,fazem esse filme ser a melhor opção em thriller de espionagem do ano.E também uma oportuna reflexão sobre a economia mundial.

nota:8,2

domingo, 5 de julho de 2009

WATCHMEN(2009)
diretor:Zack Snyder
roteiro:Alex Tse,David Hayter
elenco:Jack Earl Hailey,Bill Crudup,Patrick Wilson,Carla Gugino

Há 23 anos atrás,uma obra-prima era publicada.Uma graphic-novel composta por doze capítulos,concebida por dois ingleses,mostrava a trajetória de um grupo de heróis mascarados através do tempo,e sua iminente decadência.A obra elevou a história em quadrinhos a um novo patamar.Foi eleita uma das 100 maiores obras literárias do século xx pela revista Time,influenciou e influencia gerações e gerações de artistas de todas as mídas,e permanece até hoje como a melhor exemplar da 9ª arte.

Sou um fã incondicional de Alan Moore.Pode parecer exagero,mas na minha concepção, o excêntrico autor de North Hampton é um dos maiores gênios da literatura ainda vivos.É ele o responsável pela criação do universo Watchmen,juntamente com a arte deslumbrante de David Gibbons.Também foi ele o responsável por Monstro de Pântano,V de Vingança,Do Inferno...Todas obra perfeitas,visionárias.É por isso que um sujeito desse calibre tem o direito de reclamar.Moore nutri um ódio profundo por Hollywood,principalmente por filmes baseados em HQ´S.Recusou ser creditado por todas as adaptações de suas obras,deixando de ganhar uma fortuna em nome de sua integridade artística.Parece loucura,mas não é.Todos os filmes baseados em suas criações descaracterizaram as obras originais,denegriram as idéias do mestre.Dentre eles estão:"Do Inferno","V de Vingança","A Liga Extraordinária"(o pior de todos),entre outros.Moore fez muito bem em não querer o seu nome associado a esse lixo.

Sinopse:Após a aprovação da Lei Kenne,os super-heróis mascarados foram banidos.Apenas O Comediante e Dr.Manhattan tem permissão para continuar em atividade.Após a morte do Comediante,Rorschac ,o único vigilante que permanece na ilegalidade,investiga o mistério e um possível conspiração para assassinar todos os ex-heróis.

Watchmen-O Filme,já estava a caminho há muito tempo.Diretores como Paul Greengrass,Michael Bay(deus me livre),Terry Gillian e Darren Arnofsky foram cotados para a direção.Se o projeto caísse nas mãos de Terry Gillian,com certeza teríamos um resultado bem mais interessante,já que o clima fantástico de Watchmen combina muito bem com o estilo do diretor.Mas a adaptação só saiu do papel quando Zack Snyder assumiu a árdua tarefa de comandar a saga dos vigilantes.

Snyder não é um visionário,como o trailer pinta o diretor.Ele é corajoso e fã de quadrinhos.Fazendo um resumo de sua filmografia ainda pequena,pode se concluir que ele não possui nenhum filme digno de nota.Seu melhor trabalho foi o reboot do clássico de George Romero,"Dawn of the Dead",que ainda possui suas falhas.Foi também o responsável por "300",um espécie de HQ em movimento sem nenhum valor cinematográfico.

Snyder fez o que dificilmente outro diretor desconhecedor da 9ª arte faria,respeitar o visual do gibi.Sua fidelidade a obra é quase obsessiva.Cada cenário,cada figurino e muitos enquadramentos são (quase) idênticos a obra original.Esse talvez seja o maior mérito do filme.Respeitar a parte estética do gibi é essencial para conquistar o respeito dos fãs da obra de Moore.Cheguei a me arrepiar ao ver cenas como a da Guerra do Vietnã,onde o visual imaginado por Gibbons é representado com fidelidade extrema,com a mesma quantidade de detalhes das páginas do gibi.

Nisso,Snyder é mestre,recriar.É um ponto positivo,mas infelizmente ele os roteiristas fazem o mesmo com a narrativa.Eles parecem achar que narrativa de cinema funciona da mesma forma que narrativa de HQ.Na graphic novel a história era contada em episódios,com flashbacks fora de ordem e diversas subtramas,funcionava perfeitamente.Já no filme,algumas subtramas são eliminadas,mas a narração continua episódica,sem nenhum passagem que oriente o espectador.O resultado é um filme irregular,que funciona com cenas independentes,mas falha terrivelmente como conjunto.

Se Snyder da máxima atenção aos detalhes de cada cena,esquece por completo do elenco.Salvas exceções,o filme é um festival de atuações medíocres e insossas.Dentre os piores estão Patrick Wilson como Coruja e Malin Akerman como Espectral.Dois personagens de grande participação na trama,pessimamente interpretados por dois atores incompetentes.Matthew Goode talvez seja o pior de todos,é inexplicável a escolha dele para papel de Ozymandias.Na HQ o herói era um tanque de músculos,demonstrava inteligência em seu olhar e tinha(ou parecia ter) uma voz firme.O Ozymandias do filme é um sujeito afeminado,magro e com a língua presa(?).A grande exceção é Jack Earl Hailey como Rorscharc.O ator atua de uma forma tão visceral que sua interpretação macabra pode ser tranquilamente equiparada com o famoso Coringa de Ledger.

Diferente do recente fiasco "Wolverine",Watchmen possui um bom conjunto técnico.Cenários competentes,efeito especiais soberbos e fotografia perfeita.A única exceção é o péssimo trabalho de maquiagem.A máscara que colocam em Robert Wisden para representar Nixon não é nada menos que grotesca.Snyder e sua equipe também parecem ignorar a passagem do tempo.Sally Jupiter com vinte ou sessenta anos é quase mesma,apenas com alguma marcas de expressões leves.É uma falha terrível que não pode ser cometida num filme com um orçamento de 100 milhões de dólares.

Na trilha sonora,optaram por usar músicas do mundo pop ao invés composições originais.Em algumas cenas isso funciona bem.Na estupenda abertura do filme temos a belíssima canção de Bob Dylan "Times They Are A-Changing".Enquanto escutamos os versos de Dylan sobre a passagem do tempo,vemos uma sequência de imagens em movimento que contam a trajetória dos vigilantes.Já na cena em que o Coruja traça a Espectral,ficamos ao som da manjada e enjoativa música de Leonard Coehn "Hallelujah".

Eu,como fã,fiquei satisfeito com o filme.Apesar das falhas,o conteúdo da HQ foi respeitado.Nada foi acrescentado a obra,pode até se dizer que o filme é um tanto desnecessário.Mas,ver sua HQ favorita recriada com perfeição por atores de carne e osso é um prazer.Infelizmente,para aqueles que nunca leram a obra-prima de Alan Moore não posso recomendar o filme.Se você deseja conhecer o universo Watchmen,vá até a livraria mais próxima.

nota:7,0

EXTRA:
Two and a Half Watchmen