THE LOST WEEKEND - FARRAPO HUMANO(1945)
diretor:Billy Wilder
roteiro:Charles Brackett
elenco:Ray Millard,Jane Wyman
diretor:Billy Wilder
roteiro:Charles Brackett
elenco:Ray Millard,Jane Wyman
Billy Wilder é o melhor diretor dos anos quarenta e cinquenta.Essa é minha opinião desde quando eu vi pela primeira vez Crepúsculo dos Deuses.Mestre em comandar histórias envolventes e surpreendentes,Wilder era um realizador talentoso que quase não conheceu o fracasso.Ele poderia dirigir um filme sobre um macaco em busca de uma banana,mesmo assim ele conseguiria capturar o espectador do começo ao fim."Farrapo Humano" é um filme sobre um escritor fracassado e bêbado.Diferente dos seus outro trabalhos,o filme não possui muitos personagens,nem uma trama complexa.O objetivo central do filme é mostrar que o alcoolismo é sim uma doença.E o cumpre isso com louvor.
O título nacional é um dos mais inusitados que eu já vi."Farrapo Humano".Nada a ver com o título original,"The Lost Weekend",que seria "Final de Semana Perdido".O nome tupiniquim é estranho,mas faz sentido.O homem que acompanhamos no filme é um escritor talentoso,mas que graças ao álcool foi reduzido a um mero 'farrapo humano'.Um farrapo como outros tantos bêbados os quais a vida se resume num 'círculo fechado',como o próprio protagonista define.
O filme começa com Don arrumando as malas para um final de semana com o irmão,enquanto o próprio lhe questiona sobre a quantidade de roupa que ele deve levar.Embora a cena pareça comum,através da atuação incrível de Ray Millard o espectador percebe que Don está escondendo algo.Ele parece distante e mau-humorado,algo não está certo.Todos esperam que o motivo de sua aflição seja algo típico dos tradicionais filmes policiais da época.Um encontro com a amante,uma bomba implantada em algum lugar.Mas logo vemos que tudo o que ele queria era um gole de úisque.A partir daí o espectador se vê diante de uma intricada luta entre Don e a bebida.Suas desilusões e seu amor impossível por uma mulher.
Cada trecho da trama constitui-se em uma cena memorável,cenas que ficam na memória do espectador por um bom tempo.Como aquela em que Don vagueia pela ruas atrás de uma loja antiguidades para trocar sua máquina de escrever por bebida.Outro momento inesquecível é quando Don é internado na sessão de alcoólatras do hospital,e percebe o futuro sombrio que o espera.É incrível como tais cenas funcionam tão bem.O segredo está na simples fórmula Wilder do bom cinema:Atores talentosos,roteiro excepcionalmente bem escrito,ritmo fluído e trilha sonora majestosa.A reunião desses quatro elementos resultam no cinema de qualidade que o baixinho sempre apresentou durante toda sua carreira.
Vencedor do Oscar por sua interpretação,Ray Milland encarna Don,um dos melhores alcóolatras do cinema.O papel de Ray não era nada fácil.Don é um personagem com um vício simples mas de um caráter complexo,e praticamente todo o filme gira em torno dele.Milland dá conta do recado e vai além,entregando o melhor trabalho de sua carreira.
O excesso de diálogos metafóricos e a atuação contida Jane Wyman são os únicos defeitos que barram "Farrapo Humano" na lista das maiores obras-primas da carreira de Wilder.Mas não por isso se deve deixar de apreciar o brilhante thriller sobre a mente de um alcóolatra.Sua mensagem pode ter envelhecido um pouco,hoje em dia temos vários outros vícios mais graves e abrangentes que o alcoolismo,mas ela ainda está longe de morrer.Ainda deixo claro que o filme não se resume apenas na sua mensagem,é também uma excelente peça de bom cinema.Recomendado.
nota:8,6
O título nacional é um dos mais inusitados que eu já vi."Farrapo Humano".Nada a ver com o título original,"The Lost Weekend",que seria "Final de Semana Perdido".O nome tupiniquim é estranho,mas faz sentido.O homem que acompanhamos no filme é um escritor talentoso,mas que graças ao álcool foi reduzido a um mero 'farrapo humano'.Um farrapo como outros tantos bêbados os quais a vida se resume num 'círculo fechado',como o próprio protagonista define.
O filme começa com Don arrumando as malas para um final de semana com o irmão,enquanto o próprio lhe questiona sobre a quantidade de roupa que ele deve levar.Embora a cena pareça comum,através da atuação incrível de Ray Millard o espectador percebe que Don está escondendo algo.Ele parece distante e mau-humorado,algo não está certo.Todos esperam que o motivo de sua aflição seja algo típico dos tradicionais filmes policiais da época.Um encontro com a amante,uma bomba implantada em algum lugar.Mas logo vemos que tudo o que ele queria era um gole de úisque.A partir daí o espectador se vê diante de uma intricada luta entre Don e a bebida.Suas desilusões e seu amor impossível por uma mulher.
Cada trecho da trama constitui-se em uma cena memorável,cenas que ficam na memória do espectador por um bom tempo.Como aquela em que Don vagueia pela ruas atrás de uma loja antiguidades para trocar sua máquina de escrever por bebida.Outro momento inesquecível é quando Don é internado na sessão de alcoólatras do hospital,e percebe o futuro sombrio que o espera.É incrível como tais cenas funcionam tão bem.O segredo está na simples fórmula Wilder do bom cinema:Atores talentosos,roteiro excepcionalmente bem escrito,ritmo fluído e trilha sonora majestosa.A reunião desses quatro elementos resultam no cinema de qualidade que o baixinho sempre apresentou durante toda sua carreira.
Vencedor do Oscar por sua interpretação,Ray Milland encarna Don,um dos melhores alcóolatras do cinema.O papel de Ray não era nada fácil.Don é um personagem com um vício simples mas de um caráter complexo,e praticamente todo o filme gira em torno dele.Milland dá conta do recado e vai além,entregando o melhor trabalho de sua carreira.
O excesso de diálogos metafóricos e a atuação contida Jane Wyman são os únicos defeitos que barram "Farrapo Humano" na lista das maiores obras-primas da carreira de Wilder.Mas não por isso se deve deixar de apreciar o brilhante thriller sobre a mente de um alcóolatra.Sua mensagem pode ter envelhecido um pouco,hoje em dia temos vários outros vícios mais graves e abrangentes que o alcoolismo,mas ela ainda está longe de morrer.Ainda deixo claro que o filme não se resume apenas na sua mensagem,é também uma excelente peça de bom cinema.Recomendado.
nota:8,6
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